O
Labirinto e o desmantelo é o segundo disco de
trabalho solo do cantor pernambucano Lira – ou Lirinha, como tornou-se conhecido. Não se limitando a um regionalismo, Lira
firma-se no cenário musical brasileiro como um cantor sem classificação, ou
acima delas. É um artista de personalidade forte, que tem como característica de seu
trabalho o experimentalismo.
O
disco já começa intenso na capa, arte feita por Renan Costa Lima, cujo psicodelismo se concretiza nas cores marcantes, nos
contrastes e no desenho de contornos não muito bem definidos. Com produção de
Pupillo, baterista do Nação Zumbi e participação da cantora Céu, o álbum foi
gravado metade em Recife, metade em São Paulo.
Influenciadas
pelo punk-rock, o psicodelismo dos anos 70 e a Literatura Fantástica, as onze
faixas do CD nos fazem mergulhar em um universo lírico, onde a poesia das
letras dialoga com a sonoridade das músicas, que mistura guitarras, eletrônico
e instrumentos clássicos.
Se o
desmantelo é para Lirinha o desarranjo da ordem labiríntica, “O Labirinto e o
desmantelo” é, para nós, o desarranjo das emoções comuns. Escutar o disco em questão é estar disposto a
mergulhar em uma aventura musical, mesmo tendo sido avisado que só durará
trinta e cinco minutos.